Atualmente muitas pessoas apresentam falta de suporte labial devido às perdas de tecidos intra-orais. O reflexo desta perda é a aparência de envelhecimento precoce causada pela flacidez.
Algumas mulheres caem na armadilha de fazer a compensação desta ausência de tecidos com procedimentos de preenchimento labial e maquiagem definitiva dos lábios, o que tem gerado um questionamento recorrente entre profissionais e pacientes.
Em alguns casos a causa principal da alteração do desenvolvimento facial é a respiração bucal, em outros a perda óssea e há até disfunções ocasionadas por perdas de estrutura dental ou por desgastes desequilibrados por mal posicionamento dental, levando ao comprometimento da harmonia facial. A respiração alterada acarreta problemas como o palato ogival, ausência de corredor bucal, proeminência de incisivos e hipotonicidade labial. Por outro lado, a perda da proteção mútua – oclusão posterior e guia anterior – leva ao prejuízo da imagem.
Esse desequilíbrio muscular e ósseo deve ser avaliado no planejamento odontológico, tanto em casos de reabilitação quanto em casos onde o tratamento ortodôntico é indicado. Aliás, o conjunto ortodontia-reabilitação normalmente deve andar junto.
No entanto, algumas orientações simples já podem ajudar. Nos casos onde persiste a respiração bucal ou o paciente não consegue selar os lábios, pode-se orienta-lo na utilização de saliva artificial no intuito de melhorar a umidade da mucosa e, consequentemente, evitar o comprometimento futuro do conjunto estético facial. Afinal, quem fica bem com tantas alterações?
O suporte intra-oral também pode ser uma solução para pacientes que intencionam fazer intervenções cirúrgicas plásticas, cabendo ao cirurgião dentista manter esses pacientes informados e propor soluções no sentido de devolver a normalidade aos tecidos intra e peri-orais, ao invés de deixa-las à mercê de soluções mais simples e muitas vezes inadequadas.